12º Domingo do Tempo Comum – Leituras Iniciais
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Coluna organizada por Nilo Pereira, segundo a exegese do Pe. Fernando Armellini, scj

1ª Leitura (Jeremias 20,10-13)

O profeta Jeremias está passando por um período muito triste da história do seu povo. O rei da Babilônia ocupou quase todo o território de Israel. O rei e os chefes militares estão completamente desnorteados e tomam decisões erradas. Os guias religiosos abençoam as decisões políticas dos governantes e dizem ao povo: “Está tudo bem, nada de mal vos acontecerá” (Jer.6,13-14).

Nessa situação dramática eis que ressoa a voz de Jeremias (o profeta de Anatot, uma pequena cidade, próxima de Jerusalém, da tribo de Benjamim) um homem tímido, cujo sonho teria sido viver sossegado com a família.
Deus, porém, um dia o chama para uma missão arriscada. Deve dirigir-se a Jerusalém, procurar os chefes políticos e religiosos e dizer-lhes que estão entrando em aventuras absurdas, a religião deles é total e exclusivamente falsidade e ilusão.

Jeremias inicia sua viagem e diante do templo pronuncia um violento discurso: acusa as autoridades, desmascara suas trapaças e proclama aos seus concidadãos: “Já vejo que o terror se aproxima, tudo ao redor é terror!” (vers.10).
Acabam por colocá-lo na prisão, espancam-no e o jogam numa cisterna. Retomando a expressão usada por ele, arranjam-lhe um apelido zombeteiro: “terror ao redor!” E não se limitam a atitudes sarcásticas: começam a tramar, procurar razões para montar um processo-farsa para poder condená-lo. Pensam até em linchamento.

Jeremias, porém, acaba por tomar consciência que Deus o acompanha sempre. Proclama sua confiança e esperança: “O Senhor está ao meu lado como um lutador destemido” (vers.11). Ele está certo que um dia Deus intervirá, fará resplandecer a verdade e fará triunfar quem defendeu uma causa justa.

É difícil ser profeta, é difícil falar a verdade! É difícil sobretudo, ser os primeiros a levantar a voz para denunciar a injustiça e anunciar que as coisas estão correndo mal. Nós sabemos, porém, que poderemos ter um mundo melhor, poderemos ver respeitados os direitos dos homens e garantidos a todos e o direito à liberdade, somente quando surgirem profetas que, como Jeremias, tiveram a coragem de falar e até de arriscar a vida.

 

2ª Leitura (Romanos 5,12-15)

Neste trecho muito difícil da Carta aos Romanos, Paulo faz uma comparação entre Adão e Jesus, contrapõe as consequências do pecado do primeiro homem e a justificação operada por Cristo.

Paulo começa dizendo que, desde o início, os homens pecaram e estragaram o projeto de Deus. Depois, ao longo dos séculos, continuaram portando-se mal, praticando a injustiça, seguindo o exemplo de Adão que tinha desobedecido e tinha-se afastado de Deus.

Jesus agiu de modo inverso. Ele foi sempre obediente ao Pai, aceitou cumprir a sua vontade até a morte.

A consequência do pecado de Adão foi a morte. Mas a graça obtida pela obediência de Cristo é, sem medida, superior aos prejuízos causados pelos nossos pecados. Por mérito de Cristo, Deus comunicou aos homens a sua própria vida.