Padre Taddei e o laicato católico através do Apostolado da Oração
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No Brasil, o grande promotor da mobilização dos leigos foi o padre Taddei, apóstolo do Coração de Jesus. Enquanto missionário, não havia paróquia e diocese que, sempre acompanhado de outro Jesuíta, não sacudisse com as suas pregações, cantoria e catecismo. O seu desejo era fazer dos fiéis, antes acomodados na fé e silenciados pelo poder das Irmandades, um povo esperançoso e participativo. A constituição de centros do Apostolado da Oração dinamizou homens e mulheres, para que deixassem a zona de conforto e saíssem da igreja para falar de Jesus, de seu Coração cheio de amor e das promessas a Santa Margarida.

Os zeladores foram os responsáveis pela ampliação de associados – novos membros – e a entrega dos bilhetes mensais em suas casas; já no século XIX explicavam a intenção do mês, visitando-os, querendo saber de seus problemas e dificuldades, consolando-os e ajudando como possível. Além disso, a entronização da imagem do Coração de Jesus nas casas e a reza do terço, iniciaram uma corrente de visitas com o fim próprio de motivar a oração nas famílias. Vizinhos reuniam-se diante da imagem do sagrado Coração para pedir e agradecer. A força da oração cada vez mais se revelava ao povo brasileiro.

A dinâmica foi rápida e contagiante: em três décadas, o padre Taddei arregimentou cerca de dois milhões de pessoas para o Apostolado, gente que caminhou com ele para a liderança das comunidades na Igreja.

Incrível também foi o papel conquistado pelas mulheres. Outrora relegadas ao lar, as zeladoras se tornaram catequistas, organizadoras das Cruzadas Eucarísticas (antigo nome do MEJ). O estudo sistemático da doutrina da Igreja as capacitou para serem também defensoras da fé, propagadoras da boa nova da Salvação na sala de aula, se professoras ou no comércio e nas ruas. Foram também as evangelizadoras da família, convertendo seus maridos e oferecendo educação cristã aos filhos.

O primeiro e grande passo para a mudança de rumos da Igreja no Brasil, daquela letargia vivida, quando o Catolicismo era um departamento do governo, para a ação dos leigos, deve-se ao Apostolado. Os bispos brasileiros já haviam aderido de maneira irrestrita aos projetos de Taddei. Levados os resultados à Santa Sé, ao recebê-lo, o Papa Pio X louvou a dedicação do padre santo de Itu em todo o país. Impressionado, agradeceu-lhe pela revolução que promovera por meio daquela capacidade de agregar cada vez mais gente para a liga do Coração de Jesus.

Os leigos, a partir do Apostolado, foram também os grandes promotores de ações sociais, de levantamento de recursos para obras pias, como as Santas Casas, asilos e creches, além da assistência às famílias de baixa renda. Não há salvação sem obras, não há amor sem gestos. Desta forma, consciente de seu compromisso, Taddei colocou no caminho do progresso espiritual os membros do Apostolado da Oração, para servirem, nesta vida, de sal da terra e luz do mundo.