Fernando Alonso volta à F1 na temporada 2021


Fernando Alonso voltará à Fórmula 1 na temporada de 2021. O espanhol de 38 anos assinou contrato com a Renault, equipe pela qual foi bicampeão mundial, em 2005 e 2006. Alonso estava fora da categoria desde o fim de 2018, quando decidiu deixar a McLaren. No ano seguinte, o piloto ainda fez dois testes pela equipe, mas sem correr. A Renault confirmou a contratação do espanhol na manhã da quarta-feira 8.
O bicampeão ocupará a vaga que será deixada pelo australiano Daniel Ricciardo, que deixará o time no fim da temporada 2020. Alonso será companheiro de equipe do francês Esteban Ocon, que estreia pelo time francês no campeonato deste ano. Alonso assinou por dois anos, com opção para mais um, até 2023.
Desde que deixou a Fórmula 1, Alonso deu a entender que poderia retornar à categoria caso tivesse um pacote competitivo. No entanto, as portas de Mercedes, Ferrari e RBR, as três principais equipes das últimas temporadas, jamais estiveram abertas.
A contratação de Fernando Alonso faz parte do plano do Grupo Renault de continuar seu compromisso com a F1 e retornar ao topo do grid. A presença de Alonso na equipe francesa é um ativo formidável no nível esportivo, mas também para a marca à qual ele está muito apegado. A força do vínculo entre ele, a equipe e os fãs faz dele uma escolha natural. Além dos sucessos do passado, é uma escolha mútua ousada e um projeto para o futuro.
Na Renault, Alonso encontrará uma grande estrutura, mas um time que vem patinando desde seu retorno à F1, em 2016. Após um crescimento progressivo até 2018, a temporada do ano passado foi considerada decepcionante. E neste ano, a Renault estreou com um discreto oitavo lugar de Ocon e um abandono de Ricciardo.
Terceira passagem
pela Renault
Fernando Alonso estreou na Fórmula 1 em 2001, pela Minardi. Em 2002, não correu, mas foi reserva da Renault e só passou a titular em 2003. Com uma excelente temporada, o espanhol fez a suas primeiras poles e conquistou a primeira vitória na Hungria, dando uma volta no então pentacampeão Michael Schumacher.
Em 2005, a Renault começou a temporada com o melhor pacote, e Alonso aproveitou para abrir vantagem no campeonato. Depois, mesmo com a pressão da McLaren e Kimi Raikkonen, o espanhol chegou ao primeiro título com um terceiro lugar no GP do Brasil. O espanhol terminou o ano com sete vitórias.
Na temporada de 2006, a Renault continuou forte, e novamente Alonso dominou a primeira parte do campeonato. No meio do ano, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) proibiu os amortecedores de massa usados pela Renault, e o espanhol foi alcançado por Schumacher e a Ferrari. Mas no fim, Alonso foi bicampeão, também no Brasil.
Para 2007, Alonso fez uma badalada transferência para a McLaren, mas aí ele encontrou o estreante Lewis Hamilton cheio de apetite. O espanhol reclamou a condição de número 1 do time e acusou a equipe de prejudicá-lo para beneficiar um piloto inglês. No fim, nem Alonso nem Hamilton ganharam o título, que ficou com Raikkonen.
De volta à Renault, o bicampeão teve um ano difícil em 2008 e só venceu em Singapura, quando o chefe Flavio Briatore coagiu Nelsinho Piquet a bater de propósito para beneficiar a tática do espanhol. Alonso ainda venceu no Japão e foi o quinto na tabela, mas, após um 2009 decepcionante, trocou a Renault pela Ferrari.
Frustrações na
Ferrari e McLaren
Na equipe italiana, Alonso estreou vencendo, mas na disputada temporada de 2010, acabou superado por Sebastian Vettel na decisão em Abu Dhabi, após um erro estratégico da Ferrari no pit stop. Alonso ainda foi vice em 2012 e 2013, mas, depois de uma fraca temporada em 2014, deixou a equipe pela porta dos fundos.
De volta à McLaren, o espanhol apostava na parceria com a Honda, mas o que se viu foi um fracasso retumbante. Tão retumbante que Alonso, sempre ácido nas críticas, reclamou do motor numa corrida justamente no Japão. Em 2018, a McLaren trocou os motores da Honda pelos da Renault muito por causa da pressão de Fernando.
Mas a equipe continuou com dificuldades, e Alonso perdeu de vez a paciência. Deixou a F1 e passou a correr em outras competições, como Mundial de Endurance, Fórmula Indy e até Rali Dacar. Venceu as 24 Horas de Le Mans e se arriscou nas 500 Milhas de Indianápolis para tentar a Tríplice Coroa.
Agora, se aproximando dos 40 anos de idade, o bicampeão mundial tentará reescrever suas páginas vitoriosas na categoria que o consagrou. Resta saber se, como há 15 anos, Fernando Alonso terá meios e, principalmente, paciência para enfrentar os desafios do projeto Renault.