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A retirada do pároco Mons. Medeiros de Itu, em 1954, marcou o fim dos longos paroquiatos de ituanos, abrindo caminho à permanência curta de sacerdotes de outras cidades, contrariando tradição de meio século, na paróquia. O baiano, padre Benigno de Brito Costa esteve aqui entre 1955 e 1962. Depois dele, o cabreuvano Mons. Heládio Correia Laurini (1962 – 64). Seguiu-se o saltense, padre João Bosco de Camargo (1964 – 67). Com a criação da diocese de Jundiaí, ele preferiu continuar em São Paulo e veio o paulistano, padre Oswaldo Giuntini, que ficou em Itu quase dois anos.
Durante esse período, preservando um lastro de “ituanidade” n’A Federação, a redação do jornal esteve sob o comando do Sr. Athos Bueno Couto. Nascido em Itu a 7 de outubro de 1903, era filho de um dos fundadores da Associação São Paulo da Bom Imprensa, Porcino Camargo Couto e de D. Maria Gabriela Bueno Couto. Teve sete irmãos: Odilon, Eliud, Ada, Olga, Maria Elisa, Ruth e Paulino, este tomou o nome religioso de Frei Gabriel, na Ordem do Carmo e foi o primeiro bispo de Jundiaí.
A formação intelectual e religiosa do Sr. Athos veio do curso secundário, no Seminário de Pirapora do Bom Jesus. Casado em 13.06.1936 com a Profa. Maria do Carmo D’Elboux, tiveram quatro filhos: Rubens, Luís Antonio, Maria Beatriz e Maria Cecília, que, juntamente com a filha Débora, colaboraram com informações para esta matéria.
Funcionário da Coletoria Federal, Athos trabalhou em diversas cidades, até transferir-se para Itu, em 1953. Aposentado em 1955, abriu espaço para a colaboração no jornal. É de 10.07.1955 a sua primeira publicação e em 6 dezembro assumia o cargo de diretor administrativo, redacional e financeiro d’A Federação. Em 01.10.1958, Athos passou à administração completa do jornal. Para um semanário católico que vivia em grande dificuldade, foi uma época de ouro, afinal saldaram-se dívidas. As novas propagandas permitiram a reforma no prédio (10.01.1960), oferecendo dignidade à redação e ampliando duas páginas do jornal.
A partir de 1956, notam-se novo layout e diagramação do semanário e colaboradores jovens. Desde 15.01.1956, “Edialeda”, escreve a Seção Feminina, transformada, em seguida, na coluna sobre a história do Colégio Nossa Senhora do Patrocínio.
Foi a época de difusão da devoção a Nossa Senhora de Fátima, contra o comunismo na URSS, campanha que o jornal abraçou com força. Em 12.04.1964, o editorial saudava os soldados de Itu ligados ao movimento militar que derrubou a democracia.
A morte súbita de Athos Bueno Couto, em 28.10.1967, deixou órfão o jornal. A edição de 05.11.1967 trouxe homenagens e trechos da homilia de seu cunhado, Dom Manoel da Silveira D’Elboux, na missa de corpo presente: “A presença de um cadáver nesta Igreja, nesta hora emocionante e neste dia da festa de Cristo Rei, tem um sentido profundo. É um membro da Igreja Militante, soldado autêntico de Cristo, que descansa as armas gloriosas de rudes pelejas para receber os louros de constante vitória.”