Minha experiência com Mons. Camilo
Conheci o Mons. Camilo Ferrarini no início de dezembro de 1970, quando ele celebrou a minha Primeira Eucaristia, realizada na Capela São Lázaro, no Jardim Padre Bento, hoje a Paróquia Senhor do Horto. Na época ele era pároco de toda aquela região. Quando criança, os contatos com o Mons. Camilo eram nas celebrações que ele fazia no sítio onde eu morava, Cerâmica Navarro, e também costumava participar da Missa das Crianças, na Matriz da Candelária.
Com 14 anos (em 1976), durante a Catequese de Crisma, Mons. Camilo e dona Ermínia organizaram a formação de um grupo de adolescentes, chamado JAM. Fui convidado e integrei-me ao grupo, juntamente com outros adolescentes. A partir daí, comecei a participar de maneira mais ativa da vida paroquial, com encontros aos sábados e participação da Missa das Crianças aos domingos. Fui assim integrando-me às atividades e estreitando o contato com Mons. Camilo.
Na medida em que esse grupo foi se desenvolvendo e também fomos ficando mais velhos Mons. Camilo teve a iniciativa de promover um encontro para se formar um grupo de jovens, em 1979 (em setembro, se eu não me engano). O grupo foi chamado MUPA – Movimento Unido para o Amor – e eu fui um dos coordenadores, por alguns anos, junto com outros jovens, sempre acompanhados por dona Ermínia, que era também a responsável pelos coroinhas. Mons. Camilo sempre apoiou e acompanhou de perto essas iniciativas, fazendo-se presente em nossos encontros. Ele depositava uma confiança muito grande em nós, o que nos ajudou a desenvolvermos a liderança.
Mons. Camilo sempre criou um espaço muito grande para as crianças, adolescentes e jovens, com espaço para jogos, brincadeiras e outras atividades. Muitas vezes nós passávamos o dia todo ali no pátio da igreja matriz, brincando e jogando. Sentíamo-nos em casa dentro dos espaços da paróquia.
Desse modo acabei tendo uma grande participação e, logicamente, aumentando o contato e a convivência com o Mons. Camilo. Ele era muito próximo das pessoas, muito afável, brincava com as crianças e com adolescentes. De tempos em tempos ele também promovia passeios a chácaras e sítios, proporcionando lazer e integração entre os participantes. Também levava consigo coroinhas e jovens para auxiliarem nas celebrações que realizava nas capelas rurais.
Nessa convivência e proximidade com o Mons. Camilo, organizamos vários encontros de jovens, atividades religiosas, teatro da Paixão de Cristo. Também colaborávamos nas quermesses, praticamente em todas elas, e ajudávamos a organizar a procissão da Festa do Divino. Enfim, participávamos de muitas atividades dentro da paróquia, sobretudo com os jovens e com os coroinhas.
O Mons. Camilo sempre foi uma grande inspiração para a minha vida e para a minha vocação. Se sou padre hoje, devo isso à convivência que tive com ele, sobretudo pelo seu exemplo de vida, de dedicação, de amor, voltado para o povo, com um trabalho incansável. Mons. Camilo sempre acolhia todas as pessoas, com disposição e alegria, sempre sorrindo. Posso dizer que ele foi um padre maravilhoso.
No processo do meu crescimento e do amadurecimento vocacional, foi de suma importância o espaço que ele deu para nós: grupo de coroinhas, grupo de adolescentes e grupo de jovens. Além de termos um acesso muito grande a diversas atividades e espaços da Igreja, também tínhamos liberdade para criar e até inventar outras atividades. Sempre com o apoio do Mons. Camilo.
O que mais me inspirou sempre foi a enorme dedicação, o trabalho incansável e a grande acolhida que Mons. Camilo tinha para com todas as pessoas, sem diferenças, e sempre muito alegre, comunicando o Evangelho, comunicando Jesus e a fé para todos que se aproximavam dele.