17º Domingo do Tempo Comum

Diác. Paulo Halter
Paróquia Nossa Senhora da Candelária
“Portanto, eu vos digo: pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto.”
Evangelho (Lc 11,1-13)
No Evangelho, Jesus se apresenta como aquele que reza ao Pai, sobretudo nos momentos decisivos de sua vida. Enquanto está em oração, desperta a atenção de um dos discípulos, que manifesta o desejo de aprender a rezar: “Senhor, ensina-nos a rezar, como também João Batista ensinou a seus discípulos.” Então, o Mestre ensina-lhes o Pai-Nosso.
No Evangelho de Lucas, a oração do Pai-Nosso contém cinco petições, que se dividem em duas dimensões principais. As duas primeiras referem-se à realização do plano salvífico de Deus na vida do discípulo. Ambas se iniciam com o vocativo “Pai”, que expressa a proximidade e o amor de Deus, revelado em Jesus Cristo. As três petições seguintes dizem respeito às nossas necessidades essenciais do dia a dia.
Jesus nos ensina a rezar chamando Deus de Pai, convidando-nos à intimidade com Ele. Assim, entramos em comunhão com seu projeto de vida — o Reino —, assumindo o compromisso com novas relações marcadas pela partilha, pelo perdão e pela superação das tentações, com a certeza de que seremos atendidos em nossas necessidades.
A escuta atenta da Palavra de Deus e sua prática exigem um encontro habitual com Ele por meio da oração. Esta deve ser uma oportunidade de aprofundar uma verdadeira amizade com Deus, que se faz próximo de nós.
“Pai… Santificado seja o teu nome”: mais do que um pedido, essa expressão revela o compromisso de quem vive em comunhão com Deus. Santificar o nome do Pai é reconhecê-lo como aquele que age na humanidade. O mundo é sua família, e todas as criaturas são seus filhos.
“Venha o teu Reino…”: esta petição também manifesta nosso compromisso com o Pai. O Reino de Deus — seu projeto — tornou-se visível na vida pública de Jesus. Pedir que venha o Reino é abrir o coração ao plano divino, permitindo que a obra de Jesus se complete em nós.
“Dá-nos a cada dia o pão que precisamos…”: a expressão “a cada dia” demonstra a confiança dos cristãos na providência do Pai. Pedir o pão de cada dia é rogar pelo alimento necessário à vida, assumindo a partilha como forma de construir o Reino, sustentado na fraternidade.
“Perdoa-nos os nossos pecados, assim como nós perdoamos…”: este pedido refere-se a uma realidade que só Deus pode transformar: o pecado. Ao pedir perdão, os cristãos são chamados a partilhar entre si o mesmo dom que receberam de Deus. Não traduzir esse perdão nas relações humanas torna inútil a oração ensinada por Jesus.
“E não nos deixes cair em tentação…”: por fim, pede-se a ajuda divina para vencer as tentações do mundo — o poder, a ambição, o consumismo, a idolatria. A resposta cristã a tudo isso está na partilha, no serviço, na igualdade, na solidariedade e na disponibilidade para construir um mundo melhor.
Na parábola, Jesus nos ensina que devemos ser insistentes em nossas orações, pois o Pai, que é amor, sempre nos atenderá:
“Peçam, e lhes será dado; procurem, e encontrarão; batam, e a porta será aberta. Pois todo o que pede, recebe; quem procura, encontra; e, para quem bate, a porta será aberta.”
Deus é um amigo sempre disponível, um Pai amoroso que atende seus filhos não apenas com o alimento, mas, acima de tudo, com o Espírito Santo — o maior dom concedido aos discípulos.
Perseveremos e confiemos na oração, que nos faz crescer como verdadeiros amigos e filhos de Deus, que nos ama e jamais nos abandona.
Deus abençoe a todos.