Que resposta  daremos a Deus  neste Natal?
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Estamos iniciando mais um Tempo Litúrgico em nossa Igreja. Começamos o Tempo do Advento no próximo final de semana e assim, um novo ano litúrgico. O Advento é um tempo propício para orações e reflexões, sobre o Natal, o nascimento de Jesus, que veio para redimir nossos pecados e assim, nos salvar. Mas é também um período para refletirmos sobre a nossa fé, sobre o grande mistério da Encarnação que vamos vivenciar no Natal do Senhor.
O Filho da Virgem Maria recebeu o nome profético de Emanuel, “Deus conosco”, ou seja, Deus está presente junto à humanidade. Com o nascimento de Jesus, Deus assegura sua presença real neste mundo e constitui uma resposta determinante aos homens, que até então, vagavam à espera do messias, o libertador. Assim, todos os esforços de felicidade chegam a um só lugar, a manjedoura do Menino Jesus, ou seja, a plenitude da revelação de Deus, onde o desejo de justiça, misericórdia e paz encontram-se e manifestam-se com um sinal eloquente no coração do homem. Trata-se de um dom gratuito que Deus oferta à humanidade: o seu amor, que transforma e envolve todos os homens.
Deus revela-se a si mesmo e deseja que o mundo o conheça. Ele não comunicou apenas um conjunto de verdades, mas sim, comunicou à humanidade a sua existência através de Jesus Cristo, o Verbo encarnado. A Constituição Dogmática Dei Verbum, elaborada no Concilio Vaticano II diz-nos que: “Aprouve a Deus, na sua bondade e sabedoria, revelar-se a si mesmo, não apenas a algum aspecto de si, mas a Ele próprio, e dar a conhecer o mistério da sua vontade (cf. Ef 1, 9), segundo o qual os homens, por meio de Cristo, têm acesso ao Pai no Espírito Santo e tornam-se participantes da natureza divina”. Deus revela seu grande desígnio de amor para com a humanidade, a ponto de se fazer homem – menos no pecado – e interagir de forma direta com o homem. Contudo, pela sua finita inteligência, o homem não chegaria ao ponto de compreender a sua revelação. Vários sinais aconteceram para que o homem compreendesse a sua presença, sendo estes: a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, abrindo assim o caminho para o céu, retirando, desta forma, o grande vazio da vida do homem e orientando-o rumo ao seu amor infinito e misericordioso.
Nessa perspectiva, qual é o ato de fé da humanidade? É a nossa resposta à plena revelação de Deus, que se faz conhecer e manifesta seu designo de misericórdia e amor. Como diz Santo Agostinho, é deixar-se conquistar pela Verdade que é Deus, a Verdade que é Amor. É entregar-se livremente a Deus, oferecendo a Deus nossa vontade e mudando de forma definitiva o modo de se relacionar com a realidade na qual estamos inseridos, trata-se de uma verdadeira conversão. Esse é nosso mais profundo ato de fé, aceitar a Revelação de Deus e nela nos convertermos à vontade de Deus.
Infelizmente vivemos hoje num tempo caracterizado pelo agravamento de um enorme vazio existencial, que é a consequência do enfraquecimento do sentido de Deus em nossas vidas. Muitas vezes somos seduzidos pelo mundo e perdemos a referência de Deus.
Desta forma, neste Tempo do Advento preparemos-nod para receber a plenitude da revelação de Deus, o evento salvífico que vence o ódio, vence a morte e nos liberta do pecado.
Que Maria, aquela que trouxe ao mundo a revelação de Deus, interceda por nós neste Tempo do Advento para que possamos acolher em nosso coração a mensagem de esperança e de amor do Natal.