6º Domingo da Páscoa – Leituras Iniciais

Coluna organizada por Nilo Pereira, segundo a exegese do Pe. Fernando Armellini, scj
Sugerimos que antes de lerem estes comentários, façam as leituras na Bíblia
1ª Leitura (Atos 8, 5-8.14-17)
Durante os primeiros cinco ou seis anos após a morte de Jesus, a Igreja não se amplia para além da cidade de Jerusalém. A “abertura para o mundo” é provocada pela perseguição que se desencadeia contra a “jovem comunidade” após a morte de Estevão (um dos sete escolhidos, ver Atos 6, 5), que pertencia ao grupo dos helenistas, que mencionamos na leitura de domingo passado.
Os judeus e até mesmo os apóstolos são deixados em paz, porque os helenistas é que constituíam um “perigo” para a estrutura religiosa judaica.
Os cristãos perseguidos então fogem de Jerusalém e se dispersam por todas as cidades de Israel e alguns se refugiam na casa de parentes e amigos residentes na Síria ou em outras províncias do Império Romano.
Aonde quer que cheguem anunciam aos irmãos judeus que encontram, a Boa Nova da ressurreição de Cristo. Em Antioquia (atual Antáquia na Turquia) começam a falar de Jesus também aos pagãos.
A leitura de hoje narra o que aconteceu a Filipe (também helenista) que, para não ter o mesmo fim de Estevão, foge em direção à Samaria, onde começa a pregar e batizar os que aderiam à fé.
A segunda parte da leitura faz entrar em cena os apóstolos Pedro e João na Samaria, em vista de necessidade de manter unidas à Igreja Mãe de Jerusalém, as novas comunidades que começam a surgir pois é necessário que estabeleçam imediatamente laços de comunhão.
2ª Leitura (I Pedro 3, 15-18)
Pedro exorta os cristãos para não desanimar diante da perseguição que começou e que, com maior ou menos violência, vai durar mais ou menos 250 anos. O que fazer em situação semelhante? Antes de mais nada deve-se sentir o Cristo perto de si “no próprio coração” (vers.15). Não é contra os discípulos que se desencadeou o ódio, mas contra o Senhor.
Além do mais os cristãos devem sempre estar preparados para responder a todos os que lhes perguntam o motivo da esperança que os anima. Daqui deriva a necessidade de ter antes convicções profundas sobre os motivos da própria fé, de forma a poder justificar, antes a nós mesmos e depois aos outros, o próprio comportamento que, se for realmente coerente com o Evangelho, não deixará de suscitar muitas perguntas e de provocar perplexidade em quem ainda não credita.
Pedro continua apresentando também a maneira de como devem ser apresentadas as respostas: os cristãos não podem, por nenhum motivo, usar palavras ofensivas e duras, nunca devem ser polêmicos ou agressivos. Somente usando palavras suaves e mostrando grande amor e respeito é que poderão criar disposições favoráveis para aceitar a verdade, os corações daqueles que agridem (ver.16-17).
O trecho encerra com a citação do exemplo de Cristo. Ele também sofreu por ter praticado a justiça. Os seus discípulos não podem ficar surpresos se a eles acontece a mesma coisa.