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Neste mês de junho a revista “Mensageiro do Coração de Jesus” completa cento e vinte e cinco anos de publicação ininterrupta. Foi fundada em 1896, em Itu, pelo Padre Bartolomeu Taddei como um veículo de divulgação do Apostolado da Oração com circulação nacional. Atualmente a redação do Mensageiro está em São Paulo, mas já esteve no Rio de Janeiro, transferida de Itu, em 1927. É possível que tenha sido a primeira revista católica brasileira em âmbito nacional e, certamente é a maior do gênero ainda hoje.
A redação do Mensageiro localizava-se nos fundos da igreja do Bom Jesus, onde hoje está a Biblioteca Histórica. Desta forma, a residência dos jesuítas, outrora casa de missionários, a partir do ano de 1900, transformou-se também em casa de escritores. Eles administravam a revista e publicavam seus artigos sobre espiritualidade, vidas edificantes de santos católicos, orientações religiosas, bem como notícias de atividades realizadas pelo Apostolado da Oração em todo o país e no mundo. A movimentação constante na organização de um periódico tomava a agenda dos jesuítas na igreja do Bom Jesus.
Um dos padres que serviu a este propósito foi Raphaello Senepa, mesmo que suas passagens por Itu tenham sido curtas e em três ocasiões ao longo de quarenta anos de trabalho ininterrupto.
Senepa nasceu na Itália a 17 de junho de 1850. Com dezessete anos (8 de setembro de 1867) entrou para a Companhia de Jesus. A sua formação aconteceu na Itália, na Alemanha e na Bélgica, o que permitiu aprender diversas línguas.
A primeira missão de Senepa, já ordenado padre, foi lecionar língua italiana no colégio de Malta, àquele tempo possessão inglesa, onde esteve por seis anos também cuidando dos alunos externos. Em 12 de outubro de 1886 chegou a Itu e ficou por alguns meses aguardando a destinação, que veio no ano seguinte. Foi a Nova Friburgo trabalhar como professor de línguas (latim, francês, inglês e alemão) no Colégio Anchieta. Ficou lá por dez anos.
Em 1898 o encontramos em Itu lecionando história e francês, No ano seguinte mudou-se para São Paulo a fim de servir na Igreja de São Gonçalo no trabalho com jovens nas Congregações Marianas. Abriu uma escola noturna, na qual dava aulas de filosofia para jovens pobres.
Finalmente em 1906 voltou a viver em Itu. Foi destacado às aulas de história, substituindo o famoso padre Raphaello Galanti, transferido para Friburgo. Senepa era também professor de línguas e religião. Neste período é que passou a dirigir a redação do Mensageiro. Mas continuava morando no Colégio São Luís. Ao completar dez anos, a “Typographia do Apostolado”, mantinha as mesmas máquinas a vapor, que seriam substituídas somente em 1912.
Senepa faleceu repentinamente no Colégio São Luís a 28 de maio de 1907. Contribuiu para o aperfeiçoamento dos membros do Apostolado de Itu e de todo o Brasil com sua produção intelectual, registrada nas velhas edições guardadas na Biblioteca Histórica.

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