A oração do Senhor: “Pai Nosso que estais no céu”
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Iniciamos hoje a série de artigos sobre a oração do Pai Nosso. Para esta semana abriremos refletindo sobre a invocação inicial da oração. Ela é composta por 7 pedidos; dividiremos um artigo para cada pedido e como o conteúdo apresentado pelo Catecismo da Igreja Católica é breve, os artigos sobre os 7 pedidos serão apresentados na íntegra de seu conteúdo.
Esta oração é uma resposta de Jesus ao pedido feito pelos discípulos para ensina-los a rezar. E assim não recebemos uma oração qualquer para ser rezada de modo mecânico, automático, mas com o coração de filhos.
Iniciamos esta oração chamando a Deus de Pai; é um convite a purificarmos o coração de toda falsa imagem paternal mundana. É também uma invocação de louvor, pois Deus Se nos deu a conhecer através de Seu Filho Jesus: “ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11, 27).
Além da invocação de louvor, iniciar esta oração chamando Deus de Pai, é uma manifestação do desejo e da vontade de assemelhar-se a Ele pois somos sua imagem e semelhança. dá-vos um coração humilde e confiante igual uma criança confiante ao seu pai. Assim como um filho se despoja de si para dar espaço em seu coração para ser como o seu pai é, nós assim somos com Deus.
Ao juntarmos o “Nosso” ao Pai, não indica posse mas um novo relacionamento com Ele. Qualifica a unicidade de Deus e a paternidade de muitos povos.
É uma forma relacional também com Jesus Cristo, ao filho único de Deus pois nos colocamos como seus irmãos; nos tira do individualismo e da mentalidade que Deus “tem a obrigação de me atender quando eu quero” e a confiar na última promessa de Deus: “O vencedor receberá esta herança, e eu serei o Seu Deus e ele será meu filho.” (Ap 21, 7).
“Que estais no céu”, esta expressão não significa propriamente um lugar, um espaço, mas a maneira de ser, a majestade de Deus que ultrapassa toda e qualquer realidade.
“O símbolo dos céus nos remete ao mistério da Aliança que vivemos quando rezamos ao nosso Pai. Ele está nos céus, que são sua morada; a casa do Pai é, portanto, nossa pátria. Foi da terra da Aliança que o pecado nos exilou e é para o Pai, para o céu, que a conversão do coração nos faz voltar. Ora, é no Cristo que o céu e a terra são reconciliados, pois o Filho desceu do céu, sozinho, e para lá nos faz subir com ele, por sua cruz, sua ressurreição e ascensão.
Quando a Igreja reza “Pai nosso que estais no céu”, professa que somos o povo de Deus já assentados nos céus, em Cristo Jesus, escondidos com Cristo em Deus e, ao mesmo tempo, gememos pelo desejo ardente de nos revestir por cima de nossa morada terrestre a nossa habitação celeste.” (CC 2795 – 2796).
Próxima edição, teremos a reflexão do primeiro pedido: “Santificado seja o vosso Nome”.

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