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por Diác. Bartolomeu de Almeida Lopes
Paróquia São Judas Tadeu

“Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.”

Lemos hoje no final do capítulo 18 de Mateus, sobre a fraternidade na vida de cada dia da Comunidade Cristã. Provocando ensinamentos profundos os esclarecimentos vão acontecendo, para pertencer ao Reino de Deus é preciso ter alma de criança, ter paixão pela salvação dos irmãos, corrigir os erros, rezar em comum, perdoar sempre, generosa e gratuitamente, é Deus diante das criaturas. Jesus Cristo viveu na terra, o mesmo comportamento deve caracterizar a comunidade cristã, que quer ter Deus em seu meio e ser, na terra, a família de Deus.
Precisamos perceber como Jesus nos ensina: quem não sabe perdoar não é acolhedor, só o humilde sabe acolher com a sabedoria de Jesus Cristo, só um coração generoso se interessa pela salvação do irmão, para entrar, na terra no Reino dos Céus.
A correção fraterna e o perdão fazem parte das exigências do Reino dos Céus, Jesus nos diz, o modo de viver neste mundo e a continuidade da vida após a morte.
O Reino se vive aqui e se plenifica na glória, não haverá plenitude na glória se não houver vivencia aqui. Jesus fez da implantação do Reino dos Céus o núcleo central de toda a sua pregação, o evangelho, portanto indica para nós enquanto estamos na vida terrena e olha para nós na eternidade.
Jesus sempre fez pregração sobre a eternidade:
Mostrar o destino eterno da criatura humana, foi uma das grandes preocupações de Jesus. Mas também mostra como a eternidade depende do tempo e do modo como se vive na terra.
Tempo e eternidade estão no caminho do homem, que veio de Deus a Deus retornar. Para Cristo Salvador veio de Deus e com Deus retornou. Deus e o homem são duas realidades supremas, elos de uma mesma cadeia, que se tornou evidente como encarnação de Jesus Cristo. A aliança entre Deus e a Criatura Humana não é apenas de palavras, mas se fundamenta e se corporifica para sempre em Jesus de Nazaré.
Construir o Reino de Deus, pertencer ao Reino é tornar presente a parte DIVINA que está no homem, imitando a prática do FILHO DE DEUS. Por isso podemos dizer que a pessoa que não tem nenhum sentido religioso é doente.
O perdão de Deus para conosco a uma grande dívida.
O perdão das ofensas é um dos pontos mais acentuados pelos Evangelhos e pelas cartas dos apóstolos. E condição fundamental para se entrar e permanecer no Reino.
Como não compreender esse ensinamento ou não se esforçar ou não fazer o coração governar-se por ele, é rejeitar uma exigência básica para a salvação. Talvez porque o perdão custe tanto ao homem, Jesus tenha insistido com palavras, parábolas e exemplo pessoal.
Jesus ensina, perdoar os inimigos, não guardar rancor, orar pelos que nos perseguem, perdoar infinitamente, setenta vezes sete são características fundamentais evangélicas, ficar longe do instinto de vingança.
Uma das últimas palavras de Jesus de perdão foi: “PAI PERDOA-LHES” (Lc 23,34).
A oração que deixou à comunidade “O PAI NOSSO”. Perdoa as nossas ofensas, como nós perdoamos a quem nos tenha ofendido (Mt 6,12). No sermão da montanha a lei de talião superada por Jesus e adotada por Moisés (Lu 24, 17-22 e Dt 19,21).
Jesus nos pede perdoar sempre e de coração. Na bíblia coração significa a totalidade de pessoa humana.
Na mensagem aos povos da América Latina, os bispos reunidos em Puebla ensinaram que “não existe gesto mais sublime do que o perdão”.
Frase do Papa João Paulo II, dita na Irlanda. Mesmo quando a nossa crença na bondade profunda de todo o ser humano estiver abalada ou minada, há uma nascente de força que leva vantagem a toda decepção, a toda amargura ou desconfiança: JESUS CRISTO, que trouxe ao mundo o perdão.

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