23º Domingo do Tempo Comum

Diác. Bartolomeu de Almeida Lopes
Paróquia São Judas Tadeu
“Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo.”
Evangelho (Lc 14,25-33)
Hoje, 23º Domingo do Tempo Comum, primeiro domingo do Mês da Bíblia e mês da Independência do Brasil, somos convidados a intensificar nossas orações de modo especial por estas intenções.
O Santo Evangelho de hoje nos convida a sermos discípulos de Jesus e a nos desapegarmos das coisas que atrapalham nossa caminhada espiritual, buscando aperfeiçoar o que é necessário para segui-Lo. Ensina-nos que é preciso discernir o que é prioritário e o que é secundário, atentos aos pesos e medidas da vida, pois, de certa forma, a medida que usamos para os outros será também usada para nós. Jesus estabeleceu esse critério não como um fardo fora da realidade, nem como causa de condenação ou acusação, mas como proposta para vivermos todas as relações à luz do mistério do discipulado.
O Senhor nos concede a vida eterna por meio de Seus ensinamentos e da sabedoria de viver a fé cristã com firmeza. Ser cristão é amar Jesus, é assumir a pertença a Ele, é lutar por Sua causa. Nada em nossa vida pode concorrer com Jesus, tudo deve ser direcionado para Ele. Com isso, aprendemos que segui-Lo não é fácil, mas exigente e, ao mesmo tempo, necessário e valioso. Quantas vezes somos tentados a colocar outras coisas no lugar que pertence somente a Ele! E, muitas vezes, chegamos a fazê-lo — consciente ou inconscientemente. Por isso, precisamos nos vigiar constantemente.
Devemos buscar, na oração e no silêncio orante, o que Deus deseja de nós, conforme o nosso jeito de ser, com nossas limitações e características próprias. É nesse encontro, unindo o nosso eu ao silêncio de Deus, que vamos sendo transformados.
Ele nos pede renúncia e cuidado para que nada ocupe o lugar de Deus em nossa vida. Devemos alicerçar nossa construção humana e espiritual na oração. Para que isso aconteça, é necessário cultivar a interioridade e nos abastecer da graça que vem da fonte viva, que reconduz e reconstrói o necessitado, mostrando que o Filho de Deus nos dá o essencial para mudarmos de rumo.
Ao longo desse caminho, aprendemos a trabalhar o dia a dia e a compreender a importância da renúncia, como fazem os lutadores corajosos e convictos, que reconhecem nela um ato de fé. Renunciar ao mundo só é torna possível pela graça, pois em Jesus reconhecemos o próprio Deus que se doa gratuitamente à humanidade. Essa atitude cristã não pode ser arrancada pelas coisas corriqueiras, pois estamos apenas de passagem neste mundo.
Deus abençoe
a todos!