Papa Francisco: “do amor a Deus aprendemos a servir o próximo, como Madre Teresa de Calcultá”

“Tudo começa com Ele. Você não pode amar seriamente os outros se você não tiver essa raiz, que é o amor de Deus, o amor de Jesus”, afirmou o Papa Francisco na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus deste domingo (29). E convidou a seguir a santa dos pobres, que “refletiu como uma gota o amor de Deus”, uma gota “que pode mudar muitas coisas”, insistiu Francisco.
Neste domingo (29/10), o Papa Francisco enalteceu o Evangelho do dia (Mt 22,34-40) sobre o maior dos mandamentos, tanto na homilia da missa de conclusão do Sínodo dos Bispos na Basílica de São Pedro, quanto na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus. Aos fiéis na Praça São Pedro, o Pontífice afirmou que o amor a Deus e ao próximo são “inseparáveis um do outro” e refletiu sobre dois aspectos dessa realidade.
O primeiro sobre o fato de que, o amor ao Senhor vindo em primeiro lugar, acaba nos lembrando “que Deus sempre nos precede, nos antecipa com sua infinita ternura (cf. Jo 4,19)”. Assim como acontece quando “a criança aprende a amar no colo da mãe e do pai, e nós o fazemos nos braços de Deus”, recordou Francisco. Do amor a Deus aprendemos a nos doar ao próximo:
E tudo começa com Ele. Você não pode amar seriamente os outros se você não tiver essa raiz, que é o amor de Deus, o amor de Jesus.
O exemplo de Santa Teresa de Calcutá
E assim, continuou o Papa, chegamos a um segundo aspecto que decorre do mandamento do amor, o amor ao próximo: “significa que, ao amarmos nossos irmãos, refletimos, como espelhos, o amor do Pai. Refletir o amor de Deus, esse é o ponto; amar Ele, a quem não vemos, por meio do irmão que vemos (cf. 1 Jo 4:20)”. Foi quando Francisco citou Santa Teresa de Calcutá sobre a resposta dada a um jornalista quando perguntou se tinha a ilusão de mudar o mundo com a sua obra e ela respondeu: “nunca pensei que pudesse mudar o mundo! Só tentei ser uma gota de água limpa na qual o amor de Deus pudesse brilhar”.
Foi assim que ela, tão pequena, foi capaz de fazer tanto bem: refletindo como uma gota o amor de Deus. E se às vezes, olhando para ela e para outros santos, chegamos a pensar que eles são heróis inimitáveis, pensemos nessa pequena gota – o amor é uma gota que pode mudar muitas coisas. E como se faz isso? Dando o primeiro passo, sempre. Às vezes não é fácil dar o primeiro passo, esquecer as coisas, dar o primeiro passo – vamos fazer isso. Esta é a gota: dar o primeiro passo.
O Papa Francisco, ao finalizar a reflexão sobre o amor de Deus, invocou Nossa Senhora para ajudar a viver no cotidiano esse grande mandamento, convidando os peregrinos na Praça São Pedro a um momento de pausa e reflexão, ao se questionar:
Sou grato ao Senhor, que me ama por primeiro? Eu sinto o amor de Deus e sou grato a Ele? E procuro refletir Seu amor? Eu me esforço a amar os irmãos, a dar esse segundo passo?
“Cesse o fogo na Terra Santa!”
Após o Angelus na Praça de São Pedro, Francisco exorta que se continue a implorar a paz na Ucrânia e no Oriente Médio, como no Dia de Oração e Jejum de 27 de outubro.
Não desistamos. Continuemos a rezar pela Ucrânia, e também pela grave situação na Palestina e em Israel e pelas outras regiões em guerra.
O Papa volta seu olhar para à Faixa de Gaza, onde a situação está se tornando mais desesperadora a cada hora e onde cerca de 8 mil pessoas morreram desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro. Francisco renova o pedido já expresso nos últimos dias durante o Angelus e a Audiência Geral:
Em Gaza, em particular, deixem espaços para garantir a ajuda humanitária e que os reféns sejam libertados imediatamente.
“Que ninguém desista da possibilidade de parar as armas”, pede o Papa, como que para revigorar a esperança de que uma solução diferente para o conflito seja possível. Em seguida, cita o Pe. Ibrahim Faltas, vigário da Custódia da Terra Santa em Jerusalém, que falou recentemente em um programa católico de TV na Itália. O Pontífice o ouviu dizendo “cessem o fogo, cessem o fogo”, explica Francisco, ao finalizar:
Nós também, com o padre Ibrahim, dizemos: cessem o fogo. Parem, irmãos e irmãs: a guerra é sempre uma derrota, sempre, sempre!
(Fonte: Vatican News)




