Festa da Exaltação à Santa Cruz
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Coluna organizada por Nilo Pereira, segundo a exegese do Pe. Fernando Armellini, scj

Leituras iniciais da Festa da Exaltação à Santa Cruz

1ª Leitura (Números 21,4-9)
Nesta primeira leitura somos convidados e olhar para um sinal de salvação. Narra um episódio estranho acontecido no deserto aos israelitas.
A viagem era difícil, faltavam alimento e água, o calor era insuportável e o povo começou a murmurar contra Deus e contra Moisés (Num 21,5). Então, de repente, apresenta-se uma nova dificuldade: serpentes picavam e matavam muitas pessoas. Não sabendo mais o que fazer, Moisés dirige-se ao Senhor, que lhe manda construir uma serpente de bronze e fixa-la num mastro. Os que eram picados não precisavam fazer mais nada além de olhar aquela serpente para salvar suas vidas. No templo de Jerusalém era conservada uma serpente de bronze que – dizia-se – era a mesma que Moisés tinha levantado no deserto.
O livro da Sabedoria comenta assim o episódio: “e quem se voltava para ele era salvo, não em vista do objeto que olhavam, mas por vós Senhor, que sois o salvador de todos” (Sb 16,7). Os rabinos explicavam que os israelitas não eram curados porque dirigiam o olhar à serpente, mas sim porque elevavam seu coração a Deus. Era o Senhor que salvava, não o objeto de bronze.
O que importa é extrair a mensagem que este trecho nos traz, hoje. A cruz não é um amuleto que devemos levar ao pescoço para sermos protegidos das doenças ou das desventuras, tampouco um símbolo colocado no topo das montanhas, ou mesmo nas casas para mostrar a sacralização de um ambiente.
É o ponto de referência do nosso olhar, pessoas que cremos ver sintetizada na cruz a proposta de vida feita para Deus, pelo Mestre Jesus Cristo!

2ª Leitura (Filipenses 2,6-11)
Paulo sentia orgulho da comunidade de Filipos. Todavia, como frequentemente acontece também nas melhores comunidades, havia o problema da inveja entre os cristãos. Aqueles que se esforçassem para se impor aos outros, que pretendiam ter a responsabilidade de qualquer ministério importante, que aspiravam a esses cargos para servir os irmãos certamente, porém, mais do que tudo, a fim de se autoafirmarem, tornarem-se evidentes, mostrarem a própria capacidade, comandarem, enfim, impor-se.
Nos versículos que precedem esta leitura, Paulo diz: “Nada façais por espírito de partido ou de vanglória, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos. Cada qual tenha em vista não os seus próprios interesses, mas sim os dos outros”. (cap.2 vers.3-4).
Para melhor convencê-los, Paulo introduz na sua exortação um hino maravilhoso composto naqueles anos e cantado em muitas comunidades até os dias de hoje (não deixem de ler vers.6-11).
A imagem perfeita de Deus nos é dada por Jesus na cruz. Ele é pobre, não reteve nada para si, doou tudo para o homem (entenda-se: por todos nós). Na cruz temos a medida certa do seu imenso amor e nos é proposta também a medida do seu amor, que somos chamados a oferecer aos irmãos.