14º Domingo do Tempo Comum

Coluna organizada por Nilo Pereira, segundo a exegese do Pe. Fernando Armellini, scj
Leituras iniciais do 14º Domingo do Tempo Comum
Sugerimos que antes de lerem estes comentários, façam as leituras na Bíblia
1ª Leitura (Isaias 66,10-14)
Mudou alguma coisa no mundo depois de tantos anos de pregação do Evangelho? Considerando quantas guerras são declaradas, quanta violência e injustiça são cometidas, quantas pessoas sofrem, quantas lágrimas são derramadas, surge em nós a dúvida de que as promessas de felicidade e paz contidas no Evangelho algum dia venham a realizar-se.
Cinquenta anos após a morte e ressurreição de Cristo, alguns cristãos se perguntavam: Onde está a promessa de sua vinda? Desde que nossos pais morreram, tudo continua como desde o princípio do mundo” (2Pedro 3,4). O Reino de Deus virá ou não? Eis uma pergunta que causa angústia aos que têm fé!
Quatro séculos antes de Cristo os israelitas também faziam a si a mesma pergunta. A este povo desiludido é enviado por Deus o profeta que proclama as palavras de conforto contidas na leitura de hoje. Convida o povo a regozijar-se, a alegrar-se, a transbordar de alegria porque os dias de luto acabaram-se (vers.10). Jerusalém será para os israelitas com a mãe que amamenta os seus filhos com leite abundante e delicioso, que os carrega no colo, que os acaricia. A prosperidade e a riqueza, proclama ele, correrão pela terra de Israel como um rio transbordante (vers. 11-12).
Esta profecia é também dirigida a todos nós! Para ser cristão não é suficiente ter fé em Deus nem mesmo observar os mandamentos. É preciso também acreditar que todas as promessas do Senhor se realizarão! A nossa comunidade pode se comparar à “mãe Jerusalém”?
2ª Leitura (Gálatas 6,14-18)
Paulo está encerrando a sua carta e em poucas palavras resume o tema que apresentou aos gálatas. Diz ele: os meus adversários, os que estão aferrados às tradições dos antigos, vangloriam-se de ter na sua carne o sinal da circuncisão e, quando conseguem convencer alguém a imitá-los, não param mais de gabar-se (Gálatas 6,13). Quanto a mim – continua Paulo – não pretendo jamais gloriar-me, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo (versículo 14).
O que quer ele dizer? Talvez que em lugar da circuncisão, ele carregava no pescoço algum crucifixo? Decididamente não! O cristão não é identificado por meio de sinais externos. Jesus não carregava nenhum distintivo. O que o distinguiu de todos os outros homens foi a cruz, isto é, a doação total de si mesmo, feita com amor.
Os seus discípulos também, serão reconhecidos pela cruz. Serão cristãos se souberem, como o Mestre, oferecer a própria vida pelos irmãos.
Portanto, não a circuncisão, mas esta força de dar a própria vida é que constitui o sinal de que eles se tornaram novas criaturas (versículo 15). Paulo pode gloriar-se de ter na própria carne as marcas que suportou por Cristo (versículo 17) E NÓS?