19º Domingo do Tempo Comum
por Diác. Marcos Nunes
Paróquia São Judas Tadeu
Evangelho – (Jo 6,41-51)
O anjo de Javé veio pela segunda vez, tocou Elias e disse: “Levanta-te e come, porque o caminho é longo de mais para ti”.
Levantou-se, comeu e bebeu e, depois, com a força daquela comida, caminhou, quarenta dias quarenta noites até a montanha de Deus, o Horeb.
Sede bondoso e compassivo uns com os outros, sabendo perdoar uns aos outros como Deus vos perdoou em Cristo.
Sede imitadores de Deus como filhos queridos e vivei no amor, como também Cristo vos amou e se entregou por nós, oferecendo-se a Deus em sacrifício de suave perfume.
A liturgia da palavra deste domingo mostra a continuação da auto-apresentação de Jesus como o pão vivo, que desceu do céu, o alimento verdadeiro. Para os judeus, ouvintes de Jesus, não era fácil compreender nem aceitar que um filho de carpinteiro, cujos parentes eram conhecidos, tivesse origem divina, muito menos, que pudesse ser dado como alimento.
O evangelho mostra que, assim com se fez no passado, Deus continua sendo fonte de alimento e de vida para a humanidade. Por intermédio de Jesus, Deus nos convida a buscar um alimento mais consistente, cujos efeitos não se reduzam a poucas horas, mas que seja sustento para a vida eterna. Apesar de reconhecer a importância do maná para a caminhada do povo de Deus no deserto, Jesus recorda a seus ouvintes que aquele alimento não possuía vigor de eternidade: ”Vossos pais comeram o maná no deserto, mas morreram” (Jo 6,49). Para viver eternamente é necessário, portanto, comer o único pão vivo descido do céu; esse pão é o próprio Jesus, dado em alimento por amor, presente permanentemente nas palavras de vida contidas nos Evangelhos.
Somente Jesus possui a capacidade de oferecer um pão vivo do céu, pois ele’ mesmo desceu do céu, como enviado do Pai para comunicar vida eterna à humanidade. Nós, que temos a oportunidade de nos alimentar dele, devemos buscar seus efeitos transformadores, seguindo as orientações do apóstolo Paulo na segunda leitura: antes de tudo, devemos eliminar de nossa vida e da comunidade os sentimentos e atitudes que dividem e causam mal ao próximo, como o ódio, o preconceito, a rivalidade e os juízos. Alimentar-se de Jesus, o pão vivo descido do céu, é assimilar seus ensinamentos e sua maneira de viver, cultivando relações fraternas, marcadas pelo amor, perdão e pela justiça. São esses os primeiros sinais de vida eterna que o pão do céu deve nos proporcionar.