Museus, Tradições e Tecnologia
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A palavra Museu, por aí, ainda remete ao conceito de “coisa velha”. Tudo o que já não faz parte do cotidiano, que perdeu a utilidade, deveria ser encaminhado às coleções de museus. Esta visão sobre a instituição, como um “arquivo morto”, um depósito de objetos é completamente ultrapassada. Nela só caberiam coisas como telefones antigos, móveis desatualizados para casas atuais, gramofones, velhas cadeiras de dentista, materiais feitos de ferro, vidro e madeira e não de plástico.

Os museus são muito mais que isto! A primeira questão é que eles não guardam somente coisas de outros tempos, mas também preservam objetos atuais. Aliás guardam também testemunhos não materiais, como a música. Por quê? Porque não são depósitos, mas lugares de reflexão sobre a vida e a cultura, o tempo e o espaço, constituídos para comunicar passado e presente.

O visitante que vai a museus geralmente está curioso para conhecer ou saber mais sobre certos assuntos. As exposições, então, devem estar preparadas para ligar o acervo e o curioso. Atualmente os museus sem uso de tecnologia estão fadados ao desinteresse de uma sociedade cada vez mais usufrutuária das mídias.

Desde maio de 2018 o Museu da Música – Itu se utiliza de sistema de integração entre acervo exposto e gravações (patrimônio imaterial) para dar mais significado ao que está sendo visto (instrumentos musicais, objetos e partituras). A mostra de longa duração valoriza 300 anos de música em Itu, desde a moda de viola e o samba de terreiro até a música sacra de Elias Lobo e Tristão Mariano. É possível ouvir gravações de valsas de Tristão Júnior e uma ladainha do Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Também se pode escutar uma valsa composta pelo Prof. Luiz Gonzaga da Costa Jr. diante de seu gabinete de trabalho e biblioteca.

A música no espaço doméstico vem discutida desde o tempo dos pianos de cauda até a tecnologia dos celulares. Tudo isso mediado por professores de história, preparados para a monitoria.

A moda “Morro Vermelho”, composta por Nhô Juca “Teorfo” no bairro do Apotribu (Itu) ajuda a entender o papel da viola de arame e nos remete ao universo das tradições populares da região.

Neste mês todo o país, através de seus museus, é levado a refletir o papel das tradições culturais, por iniciativa do Instituto Brasileiro de Museus.

Em Itu a música já se revela como tradição cultural através da tecnologia. Patrimônio e mídias são duas pontas da cultura (passado e presente) que se unem para ampliar nossa visão de mundo e o prazer em conhecer melhor a própria cultura.

Os museus colaboram enormemente para ampliar o interesse sobre tantos assuntos, servindo para nos tornar mais úteis como cidadãos.

A visita ao Museu da Música – Itu é gratuita. Ele é mantido por uma associação de amigos, o Instituto Cultural de Itu. Está aberto aos domingos, das 9h às 13h à Rua Floriano Peixoto, 480.

Poucos cidadãos visitam os museus da própria cidade. Vamos superar esta estatística negativa em Itu: apareçam!

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