2º Domingo da Páscoa – Leituras Iniciais

Coluna organizada por Nilo Pereira, segundo a exegese do Pe. Fernando Armellini, scj
Sugerimos que antes de lerem estes comentários, façam as leituras na Bíblia
1ª Leitura (Atos 2, 42-47)
O Trecho de hoje do Atos dos Apóstolos nos apresenta a vida da comunidade de Jerusalém. Para nós é importante observar como está estruturada porque, tendo nascido diretamente dos apóstolos, constitui um ponto de referência insubstituível.
1. A catequese (cotidiana) em primeiro lugar. Os dozes comunicam a luz que receberam na Páscoa e querem que todos compreendam o sentido da morte inexplicável e escandalosa do Mestre. Eles proclamam que os últimos tempos chegaram, mostram como as Escrituras e as profecias se cumpriram em Jesus de Nazaré.
2. Em segundo lugar a comunhão de bens. Em muitos setores da moral os cristãos seguem princípios e fazem opções diferentes dos não crentes. Quando se trata, porém, de administrar os bens, em geral se comportam como os demais homens. Se as nossas comunidades não dividem os bens, terão como testemunhar a ressurreição de Cristo de uma forma digna de fé?
3. O partir do pão. Esta expressão se referia, originalmente, ao gesto do chefe de família que no início da refeição, proferia a bênção, partia o pão e o distribuía a todos os convivas (Atos 2,46). Em seguida começou a significar a celebração da Eucaristia.
4. A oração. Os primeiros cristãos continuaram se comportando como judeus piedosos: frequentavam o templo e recitavam os Salmos. Mais tarde sentiram a necessidade de traduzir em oração a sua fé no Ressuscitado. Deste modo, usando expressões colhidas dos ensinamentos de Jesus, compuseram o Pai Nosso, modelo de qualquer oração cristã.
5. Os sinais. Quando o Espírito de Jesus toma posse de cada um de nós, todas as forças da vida (muitas ainda desconhecidas pela ciência) podem produzir até efeito extraordinários. Esta característica da comunidade de Jerusalém não pode, portanto, faltar nas nossas comunidades.
2ª Leitura (I Pedro 1, 3-9)
Estamos em Roma aos anos 80 d.C. e os cristãos acabaram de introduzir o Batismo durante a noite da Páscoa. Neste contexto litúrgico surge a homilia aos recém batizados.
O pregador que a compôs trai frequentemente sua profunda emoção diante dos novos filhos de Deus aos quais se dirige. Por vezes intercala o seu discurso com expressões como “caríssimos” e não se abandona a argumentos teológicos, mas se congratula com os novos cristãos – neófitos – lembra que foram “regenerados não por uma semente corruptível, mas imortal, isto é, pela palavra de Deus viva e eterna” (1 Pedro 1,23).
Convida-os ainda a refletir sobre a nova vida que Deus lhes infundiu no Batismo. Esta vida não pode ser experimentada pelos sentidos, mas nem por isso é menos verdadeira.