4º Domingo da Quaresma – Leituras Iniciais

Coluna organizada por Nilo Pereira, segundo a exegese do Pe. Fernando Armellini, scj
Sugerimos que antes de lerem estes comentários, façam as leituras na Bíblia.
1ª Leitura (I Samuel 16,1b.6-7.10-13a)
O episódio narrado nesta leitura aconteceu cerca de mil anos antes do nascimento de Cristo. O povo de Israel se encontra numa situação difícil. Os filisteus (um povo estrangeiro, que veio do oeste e se estabeleceu ao sul de Israel, hoje Faixa de Gaza) estão pressionando por todos os lados.
A primeira coisa a ser feita – pensa-se – é escolher como chefe um homem valoroso, hábil, capaz de conduzir os soldados à vitória, mas onde encontrar um rei com esses requisitos?
Certo dia o Senhor revela a Samuel quem foi escolhido para essa missão: um jovem de Belém, membro da família de Jessé. Ao entrar na sua casa, Samuel fica impressionado com Eliab, o primogênito. É alto, forte, bonito. . . . Deus porém, lhe disse: “Não, não é ele”.
Jessé, um tanto desiludido, apresenta todos os outros filhos e confirma: Sim, tenho mais um, mas é pequeno, quase uma criança, não é possível que, para uma missão tão importante, Deus tenha escolhido justamente ele. Mas o profeta responde: “É justamente ele o escolhido!”
Neste ponto nós também, com certeza, ficamos surpresos pelo modo singular como Deus age. Por exemplo: quando decide escolher um povo prefere Israel porque. . . . é o menor (ler Deuteronômio 7,7-8); para lutar contra os opressores chama Gedeão (ler Juízes 6,15).
Jesus também escolherá os pequenos, os pecadores, os pobres, os pastores, as pessoas desprezadas, que serão os primeiros convidados ao banquete do Reino. Deus não vê as coisas e as pessoas com olhos humanos; o homem olha as aparências, o Senhor olha o coração.
2ª Leitura (Efésios 5,8-14)
Na Bíblia a luta entre o bem e o mal é apresentada, com muita frequência, com a imagem do contraste entre a luz e as trevas.
Paulo descreve aos primeiros cristãos que, com o batismo, passaram do mundo das trevas para o reino da luz. Falar de luz e trevas é o mesmo que falar da morte e vida, vida antiga e vida nova, vida cristã e vida pagã.
As obras da luz são: toda espécie de bondade, de justiça e verdade. Quanto às obras das trevas, Paulo diz simplesmente que são tão vergonhosas que, os que a praticam procuram espontaneamente a escuridão para poder se esconder. Temem que a luz os deixe expostos (ao conhecimento de todos).
Estas ações vergonhosas devem ser condenadas com clareza, não se deve tentar justificá-las, desculpá-las ou torná-las, de alguma forma, aceitáveis. A denúncia é como um feixe de luz projetado sobre elas, deixa-as a descoberto, priva-as de sua proteção mais eficaz.
Essa afirmação de Paulo é um alerta para que, cada cristão cumpra o seu dever de denunciar com coragem e identificar pelo nome o mal e a injustiça.